Rubiaceae

Ixora pilosostyla Di Maio et Peixoto

Como citar:

Marta Moraes; Patricia da Rosa. 2018. Ixora pilosostyla (Rubiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

7.605,197 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Ixora pilosostyla é uma espécie endêmica do Brasil, a espécie ocorre na BAHIA: municípios Itamarajú (Monteiro 23562), Porto Seguro (Duarte 6193), Santa Cruz Cabrália (Lima 12707); ESPÍRITO SANTO: Linhares (Folli 2817).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Marta Moraes
Revisor: Patricia da Rosa
Critério: B2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 15 metros de altura, endêmica do Brasil, que ocorre na Floresta Ombrófila da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada nos estados da Bahia, municípios de Itamaraju, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália; e Espírito Santo, no município de Linhares. Apresenta AOO=24 km² e quatro situações de ameaça relativas aos municípios de ocorrência. O desmatamento e a transformação dos territórios em áreas de agricultura (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011) e pastagem (Lapig, 2018) são as principais ameaças à espécie. O crescimento urbano desordenado nos municípios de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro (Carvalho, 2008) levam à perda de hábitat e à erosão genética de populações naturais (Silva, 2002). Embora presente na Reserva Florestal da Vale, infere-se que esteja havendo declínio contínuo de EOO, AOO e qualidade do hábitat da espécie.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Ixora pilosostyla Di Maio et Peixoto é uma espécie nativa e endêmica do Brasil. A espécie foi descrita em 2012 na revista Brittonia 64(4): 418–419. O material tipo é Duarte 6193, foi coletado na Bahia e encontra-se depositado no herbário RB (Holótipo) (Di Maio e Peixoto, 2012). O nome vernáculo da espécie é Araribe (da Luz 462).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem estudos das populações.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Detalhes: Ixora pilosostyla é uma árvore de até 15 metros de altura, terrestre, perene que ocorre na Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018) e na Mata de Tabuleiro (Di Maio e Peixoto, 2012).
Referências:
  1. Ixora in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB128128. (acesso em: 25 Julho 2018).
  2. Di Maio, F.R., Peixoto, A.L., 2012. Four new species of Ixora (Rubiaceae, Ixoreae) from Brazil. Brittonia, 64(4), 413-420.

Reprodução:

Detalhes: Ixora pilosostyla é uma planta com flores hermafroditas. A espécie floresce desde agosto até novembro e produz frutos em novembro. Os frutos são consumidos por pássaros (Di Maio e Peixoto, 2012).
Fenologia: flowering (Aug~Nov), fruiting (Nov~Nov)
Síndrome de dispersão: ornitochory
Sistema sexual: hermafrodita
Referências:
  1. Di Maio, F.R., Peixoto, A.L., 2012. Four new species of Ixora (Rubiaceae, Ixoreae) from Brazil. Brittonia, 64(4), 413-420.

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat,mature individuals past,present,future local very high
A prática de queimar os canaviais com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e, desta forma, facilitar a colheita se consolidou na década de 1970, com o surgimento do Programa Nacional do Álcool. Ao contrário de outras regiões canavieiras do País, na região de Linhares (ES), os solos de tabuleiro passaram a ser cultivados com cana-de-açúcar apenas nas últimas décadas (Mendonza et al., 2000). O município de Linhares possui 11.722 ha de área plantada com cana-de-açúcar e 10.596 ha com floresta plantada (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Mendonza, H.N.S., Lima, E., Anjos, L.H.C., Silva, L.A., Ceddia, M.B., Antunes, M.V.M., 2000. Propriedades químicas e biológicas de solo de tabuleiro cultivado com cana-de-açúcar com e sem queima de palhada. R. Bras. Ci. Solo, 24, 201-207.
  2. Lapig, 2018. URL http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 16/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present,future local high
Com 228.781 ha de área ocupada com árvores de Eucalyptus, o Espírito Santo é o sexto estado da federação com a maior área plantada em 2014 (Ibá, 2015)
Referências:
  1. Ibá, Indústria Brasileira de Árvores, 2015. Relatório Ibá 2015. Brasília, 80 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression habitat,mature individuals past,present,future local high
A prática de queimar os canaviais com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e, desta forma, facilitar a colheita se consolidou na década de 1970, com o surgimento do Programa Nacional do Álcool. Ao contrário de outras regiões canavieiras do País, na região de Linhares (ES), os solos de tabuleiro passaram a ser cultivados com cana-de-açúcar apenas nas últimas décadas (Mendonza et al., 2000). O município de Linhares possui 539 ha de áreas queimadas (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Mendonza, H.N.S., Lima, E., Anjos, L.H.C., Silva, L.A., Ceddia, M.B., Antunes, M.V.M., 2000. Propriedades químicas e biológicas de solo de tabuleiro cultivado com cana-de-açúcar com e sem queima de palhada. R. Bras. Ci. Solo, 24, 201-207.
  2. Lapig, 2018. URL http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 16/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present,future local high
O município de Linhares possui 35% de sua área ocupada por pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. LAPIG, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 06/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas locality past,present,future local high
A região de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro apresentou um crescimento urbano mal planejado representado pela ocupação urbana desordenada e pela descaracterização da paisagem. Isto ainda é agravado por causa do turismo que causa um aumento demográfico sazonal e, consequentemente, de lixo e esgoto (Carvalho, 2008). Segundo Silva (2002), uma preocupação é a forte erosão genética que populações naturais da espécie vêm sofrendo, principalmente por influências antrópicas causadas por empreendimentos imobiliários nos municípios com potencialidade turística, a exemplo de Ilhéus, Valença, Itacaré e Porto Seguro.
Referências:
  1. Carvalho, C. R. D. 2008. Uma abordagem geográfica do turismo em Porto Seguro. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
  2. Silva, L. A., M.Simões, L. L., Lino, C. F., Piaçava, 2002. 500 Anos de Extrativismo. São Paulo, SP: SENAC São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat past,present,future local high
No município baiano de Porto Seguro 72% da cobertura original de Mata Atlântica encontra-se desmatada (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).
Referências:
  1. SOS MATA ATLÂNTICA, INPE. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, Período 2008-2010, São Paulo, SP, 2011.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
Ixora pilosostyla ocorre na Reserva Florestal de Porto Seguro - CVRD/BA (Farias 312); Reserva Florestal da Vale do Rio Doce - ES (Folli 2817).